21.11.08

Peço desculpa por insistir no tema, mas antes de ir para fim-de-semana há aqui uma coisa que gostava de partilhar


Lucky Soul - "My Brittle Heart"


As descobertas aqui da casa no que respeita a música não significam grande coisa do ponto de vista da inovação. Muitas das vezes dá-se o caso de eu ser o único desgraçado à face do planeta que ainda não tinha descoberto determinado grupo e acabo por andar maravilhado com uma banda que todos os outros já escutaram dois anos antes. Não é esse, contudo, o caso dos Lucky Soul, a banda que à conta da vocalista Ali Howard mudou a minha vida desde a semana passada - e é mesmo verdade tanto que eu até andava meio engripado e já estou melhor com a graça do Senhor - ao preencher um vazio deixado desde que a Ninna Persson mandou os Cardigans à fava e as The Pipettes decidiram mudar de vida. Ao sair para a rua com o intuito de aferir o que o mercado - leia-se a Fnac - tinha à minha disposição sobre a matéria senti por breves minutos na pele o que é isso do pseudo-intelectual-armado-ao-indie que conhece bandas que mais ninguém ouviu falar. Na Fnac questionei a funcionária que desconhecia ao que eu me referia. Ora isto configura, está bom de ver, motivo de entusiasmo e uma óptima terapia para questões de auto-estima no que à música concerne. Não raras vezes dou por mim no Incógnito a perguntar à pessoa do lado "mas o que raio é esta merda que está a tocar" obtendo como resposta, invariavelmente, um "são os The-não-sei-das-quantas não me digas que não conheces". Eu, contrariando o pedido expresso no "não me digas", acabo mesmo por dizer "não". Nesta altura segue-se a explicação "mas isto toca na Radar" que me obriga a confessar, em terreno perigoso para o fazer, "mas eu não escuto muito a Radar". Do outro lado revirar de olhos e eu sinto-me na obrigação de explicar que na verdade as minhas preferências vão no sentido da Baia FM que até tem um programa de madrugada ao estilo discos pedidos do qual sou fã. Ainda na semana passada, pelas três e meia da manhã, uma doméstica de Corroios pediu Antilook, que eram uma girls band da década de 90 da qual fazia parte a Rute Marques, e que tinham um tema muito interessante onde uma das meninas parecia cantar do fundo de um poço. Alguém explique de que outra forma era possível em 2008 eu ainda escutar estas coisas se não fosse o referido programa.
Mas regressando ao tema dos Lucky Soul, lá fui eu até ao computador com a dita funcionária que revelou, para surpresa das surpresas, que existia em Portugal um exemplar do álbum "The Great Unwanted". Chegou a Coimbra em 2007 na zona importação. A simpática senhora não pode garantir que ainda exista. O que leva à necessidade de virar-me para a net. Portugal precisava mesmo era de um choque tecnológico na música. Podia começar pelo IVA e acabava na disponibilização do que de melhor se vai fazendo pelo Mundo. Sobretudo quando em causa estão meninas com a voz da Ali Howard.



PS: Entretanto, nas buscas pela net, fiquei a saber que a banda estará no final deste mês na Galiza, mais concretamente na Corunha. À atenção de quem reside na zona. A menos que considere a coisa fraquita. Nesse caso não vale a pena sair de casa até porque as noites andam frescas.

1 comentário:

Samuel Filipe disse...

andei a ver essa rapaza vem cá ao Arte Mulher, não está mal. aqui ainda existem mais incógnitos e incógnitas... pero la radar no la echo de menos, aunque sea una radio bonísima!!!!